https://archeevo.amap.pt/details?id=114562
Igrejas anexas.
Tem este Mosteiro
cinco Igrejas anexas em que apresenta Curas: A de Santa Marinha da Costa, de
Santa Maria de Atães, de Santa Eulália de Barrosas, de Santa Maria de Pedroso,
e de Santa Eulália antiga de Monte Longo. (…)
A Igreja de Santa
Eulália antiga de Monte Longo foi doada a este Mosteiro por El Rei D. Pedro I
na Era de Cesar de 1398 que é o ano de Cristo de 1360, sendo Arcebispo de Braga
D. Guilherme, com obrigação de duas missas quotidianas cantadas, uma em sua
vida por ele e por estado real e depois da sua morte pela sua alma, outra por
alma de sua mulher D. Inês de Castro. Estas missas supõe-se entrarão na redução
como veremos no Cap. 16.
O traslado
autentico da doação está no nosso cartório, gaveta 11ª, nº 15.
A Corografia de
Carvalho diz que esta igreja fora Mosteiro, ainda que de Ordem não se sabe e
que se entende fora fundado por algum fidalgo dos do apelido Fafez, porque
dizem ser este o solar desta família, e que daqui fora Senhor D. Godinho Fafes,
filho primeiro de D. Fafes Luz, rico homem e Alferes do Conde D. Henrique, e
que esta Vila e Freguesia tomarão dela o nome. Não se sabe quando se extinguiu.
É esta igreja de
Santa Eulália antiga de Fafe a que mais vulgarmente se chama de Monte Longo,
não só a melhor que todas as outras que temos no rendimento, senão também das
melhores que há em todo o Reino nas indulgências de que goza por estar
incorporada à Igreja de São João de Latrão por Bula principia. Capitulum et
Canonic. Sacro Santa Latranensis Eulalia passada a 8 de Maio de 1610, sendo
Sumo Pontifice Paulo V, à instancia do Reverendo Francisco Bráz Abade de São
Clemente de Basto, Juiz da Irmandade de São Pedro, cita na Igreja da mesma
Freguesia de Santa Eulalia, e mais officiais e confrades. O Papa Bonifacio
disse que se os homens soubessem quantas são estas Indulgencias, não iriam a
Jerusalem nem a nem a Santiago de Galiza. O Papa Inocencio que são tantas, e
infinitas, que só Deus as pode numerar as quais todas confirmava.
Indo em visita o
ilustríssimo Dom João de Souza, repreendeu o Párocop por não ter fechadas as
portas da igreja, a quem este respondeu que nem sua Ilustrissima com com seu
Prelado as podia mandar fechar e perguntando a causa lhe apresentou a Bula.
Ficou o Prelado um pouco suspenso, rompendo depois nestas palavras: é possível
que esteja aqui o tesouro escondido no campo?
Faz-se nesta
Freguesia Endureças e Procissão de Passos.
Tem uma imagem de
muito concurso na capelinha de Santo Ovidio no primeiro domingo depois do dia
da Assunção de Nossa Senhora.
Andam arrendados
os dízimos desta Freguesia ao presente em sete centos mil réis. 700000.
Rende ao Cura seis
mil réis, dois alqueires de trigo, dois almudes de vinho, e duas libras de
cera, que lhe dá de Côngrua este Mosteiro: de obradas, cento e sessenta
alqueires de pão e dos seus passais, um ano por outro quarenta e uma […]
Em nenhuma as sobre ditas anexas pode pregar
Pregador algum de fora sem licença do Prelado deste Mosteiro por Provisão do
Ilustrissimo D. Rodrigo da Cunha passada a 28 de Março de 1632, e confirmada
pelo Núncio a 3 de Outubro de 1633. Confirmada tambem pelo Ilustrissimo D.
Rodrigo de Moura Teles a 20 […] e ultimamente por Provisão do Serenissimo D.
Joze passada a 27 de Abril de 1742.